segunda-feira, 23 de agosto de 2010

DESARTICULAÇÃO POLÍTICA E ATRASO ECONÔMICO NA ZONA DA MATA

Li atentamente o artigo De Táscia de Souza na Tribuna de Minas, edição de Domingo, 22 de agosto de 2010. Nela, dois professores da UFJF analisam o quadro de desenvolvimento econômico da Zona da Mata e articulam possíveis causas para o atraso econômico em que nos encontramos, entre elas, denunciam eles, está a absoluta falta de sintonia entre as lideranças locais e regionais.
Segundo eles, a falta de planejamento conjunto de ações na região acabou dando ênfase ao voluntarismo, ou seja, à iniciativa individual de pessoas, lideranças e instituições que acabam gerando ações cujos resultados ou não são alcançados, ou então, ficam aquém das expectativas em relação aos mesmos.
Concordo com a análise, até porque, trata-se de estudo levado a efeito por pesquisadores da UFJF que, em tese, o fizeram com a isenção de ânimo que se espera de cientistas.
Como candidato a deputado estadual, advogado e professor atuante na região, eu gostaria, todavia, de tecer algumas rápidas considerações.
Em primeiro lugar, ainda que o desenvolvimento regional deva ser pensado em termos de região, é inegável que cidades como Juiz de Fora, Muriaé, Cataguases e Viçosa tornaram-se polo de atração microrregional e serão sempre centros de atração de investimentos, mão de obra, serviços e demanda por serviços públicos em geral.
Dessa forma, ainda que estejamos focados em desenvolvimento regional, não se pode desprezar o fato de que essas cidades precisam de atenção especial.
Outro aspecto enfatizado com o qual concordo plenamente é o fato de que projetos como o do Expominas foram realizados de forma isolada e acrescento que o foi, sem que o segmento empresarial que mais irá utilizá-lo, qual seja, o de produção de eventos, tenha sido sequer estimulado para que produza ou busque no mercado nacional e internacional eventos que possam ser ali realizados.
A estrutura foi criada, mas, não foram dados os estímulos para que a indústria de eventos se estabeleça na cidade.
Com o aeroporto regional, parece-me que a questão está mesmo mais ligada à falta de articulação e de interesse pessoal da maioria das lideranças políticas e empresariais.
É claro que não desejo generalizar, pois, como parceiro da Agência de Desenvolvimento de JF e região, sei o esforço que está sendo feito pela atual diretoria para fazer com o que o aeroporto passe a operar, mas, infelizmente, até o momento, isso não aconteceu.
Todavia, se eu tivesse que apontar um culpado para essa situação, se é que existe um único culpado por esse marasmo e essa falta de perspectiva econômica, eu diria que a nossa sociedade, ai incluídas as lideranças polítidas e, principalmente, elas, não dá o devido valor ao desenvolvimento econômico, menos ainda, ao desenvolvimento econômico sustentável.
A política de Juiz de Fora envelheceu e com ela foram-se os anos áureos da pujança econômica.
A administração pública municipal não tem como prioridade absoluta criar e manter mecanismos de geração de receitas tributárias e renda para a população, como forma de desencadear um ciclo virtuoso em que mais impostos são arrecadados e, portanto, mais dinheiro proveniente do pagamento de tributos fica à disposição para investir no bem estar social.
Os pequenos empresários sofrem com a burocracia da administração pública em todos os níveis. O Brasil em geral e Juiz de Fora em particular têm um forte preconceito contra o empreendedorismo, ainda que, vez por outra, alguém tente demonostrar o contrário.
Nossa sociedade não valoriza definitivamente aquele que se lança no mercado para produzir riqueza.
Tudo entre nós, gira em torno do Estado e nossa inabalável crença de que ele deve e pode prover tudo para a sociedade.
É bom lembrar que o tempo dos radicalismos já se foi e que planejar o tamanho do Estado é, na verdade, decidir sobre qual o tamanho da estrutura que a sociedade quer criar para o provimento dos serviços públicos de que ela necessita.
O fato é que as nossas velhas e carcomidas lideranças, que, aliás, em Juiz de Fora, nada mais fazem senão agir sempre de olho na transmissão do poder dentro da própria família ou entre os muito próximos, acostumou-se com esse baixo nível de cobrança por parte da sociedade.
Os cientistas políticos detestam essa frase, mas " a qualidade da liderança é reflexo da qualidade da própria sociedade".
Por fim, apesar de concordar em tese que o voluntarismo gera ações, o mais das vezes, erráticas, não há como negar que o voluntarismo e a ação individual têm sido,no momento, as únicas medidas práticas de estímulo ao desenvolvimento de nossa região. Aliás, os últimos grandes empreendimentos que a cidade viu foram fruto de iniciativas pessoais dessa ou daquela liderança.
Para mudar esse rumo, será necessário mudar a cultura e realocar nas mentes das pessoas o papel que o empreendedorismo deve ocupar como única forma de gerar riqueza econômica em uma sociedade capitalista.
Aliás, estamos caminhando para uma situação em que todos querem trabalhar para o Estado, por razões já muito conhecidas, como se isso fosse possível, como se houvesse jantar de graça.
Além disso, uma nova geração de líderes deve ser levada a assumir responsabilidades perante a sociedade.
Não é novidade para ninguém que as mudanças ocorridas nos últimos tempos vêm forçando a convivência democrática de contrários na busca do bem comum.
DUVIDO, é isso mesmo, duvido que, com as atuais lideranças de Juiz de Fora, todas elas preocupadas com o seu próprio umbigo, seja possível construir uma liderança regional compartilhada e sintonizada nas metas do desenvolvimento econômico sustentável que, como se sabe, deve incluir, também, o respeito à natureza.
Pelo sim, pelo não, ainda é melhor depender das iniciativas isoladas de algum herói da iniciativa privada ou mesmo de uma liderança política mais engajada no tema, do que ficar à beira da estrada esperando a ajuda da sorte.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

DIREITO À INFORMAÇÃO - LIMITES DA ÉTICA

Fui pego de surpresa pela notícia de que a rede Panorama veiculou ontem à noite um programa onde o convidado de honra foi o ex-prefeito Alberto Bejani. Digo que fiquei surpreso porque não entendi a real utilidade pública dessa iniciativa. A única coisa que me vem à mente, é a possibilidade de que a empresa tenha usado a polêmica em torno do citado cidadão para alavancar a opinião pública, estimular o debate, ou qualquer coisa que o valha.
Prefiro pensar assim, para não me aprofundar em outras possibilidades absurdas. O fato, porém, é que esse episódio demonstra claramente que não há limites à manipulação da opinião pública, nesse novo cenário tecnológico em que estamos vivendo.
As novas tecnologias,cada vez mais próximas de nós, permitirão um acesso mais democrático aos centros de decisão, mas, manipuladas por detrás das câmeras de televisão, poderão se tornar o epicentro de um controle social jamais imaginado. Quem diria que George Orwell ( na obra, 1984 - o criador do termo big brother )atiraria no que via naquela época e que acertaria no desconhecido e inimaginável mundo das comunicações que hoje se descortina à nossa frente.
Nós, a sociedade, precisamos estar atentos a isso. É a nossa liberdade de opinião que está em debate e o futuro da democracia que está em jogo.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

FOI DADA A LARGADA

A propósito da corrida de fórmula 1, no dia de ontem, a campanha eleitoral, embora não pareça, já começou.
Por enquanto, estou extremamente ocupado em preparar a infraestrutura exigida pela legislação eleitoral para captar recursos eleitorais, imprimir material de campanha, fazer os primeiros contatos, etc.
Parece difícil à primeira vista e quando se entra em campanha, percebe-se que é difícil mesmo.
As reações das pessoas são as mais diversas; há os o que não acreditam em ninguém, são céticos a respeito da política, há que te apoiam de imediato, sem interesse algum, senão o de contribuir com a candidatura, há os que te pedem alguma coisa, também, de imediato, há os que criticam, há de tudo um pouco.
As emoções variam ao sabor das intervenções e dos contatos que faço com pessoas conhecidas e desconhecidas.
Sinto vergonha de ver o descaramento de certo tipo de eleitor que perdeu completamente a decência e se igualou ao que há de pior Na política. E se você tentar argumentar com ele sobre a ilegalidade e a imoralidade de certos favores, você ainda acaba sendo ofendido e igualado à escória da política.
É um círculo vicioso onde o eleitor deseducado é corrompido e, em muitos casos, oferece-se à corrupção.
É, essa promete ser uma grande experiência de vida.
Temos que ocupar os espaços da política para mudar essa forma viciada de conduzir a relação do eleitor com seus representantes.
VAMOS EM FRENTE.

terça-feira, 13 de julho de 2010

DESAFIOS DE UM MANDATO DE DEPUTADO ESTADUAL

Acredito que o mais difícil para quem pretenda atuar como deputado estadual na atual situação política do nosso Estado, seja conciliar o verdadeiro papel de um membro do parlamento estadual com a tradição de clientelismo que se assenhoreou do cotidiano das Assembleias Estaduais.
O Deputado estadual deve representar, em um primeiro momento, todo o povo do estado de Minas, mas, Minas, como se sabe, são muitas Minas, e os interesses de cada uma das regiões divergem sobremaneira.
O fato é que o voto distrital seria fundamental para dar legitimidade ao poder popular.
No cenário atual, o deputado eleito pode ser votado em todo o Estado, mas, provavelmente, não terá condições de atender aos reclamos de todas as regiões.
A segmentação geográfica da atuação parlamentar é um fato que não encontra correspondência na legislação, que permite que o deputado "pesque" seus votos desde o Jequitinhonha até o Triângulo Mineiro.
Na Assembleia, cercado por essa realidade, a tendência da maioria, é servir de intermediário para todo tipo de interesse, não necessariamente sintonizados com o interesse público, tornando a troca de favores e o clientelismo, uma "necessidade de sobrevivência".
Outro aspecto que merece ser ressaltado é o fato de que, tendo inúmeras competências previstas na Constituição Estadual, o trabalho na Assembleia exigiria do parlamentar eleito capacidade intelectual bem acima da média do que atualmente lá se verifica.
Ademais, sem ter a coragem e, muitas vezes, a condição intelectual de especializar-se em determinados temas, grande parte dos deputados, ou segue o que lhes sopra aos ouvidos os assessores, ou, simplesmente, torna-se parte da "manada", seguindo as orientações dos líderes de bancada.
Minha proposta de atuação envolve uma delimitação geográfica e temática, o que não me impedirá de atuar especificamente em situações que envolvam outras regiões do Estado, nem, muito menos, naquelas que envolvam os interesses da sociedade mineira, vista como um todo.
Pretendo atuar prioritariamente nas regiões da Mata, sul de Minas, Vertentes e região central, agindo de modo a possibilitar o predomínio dos interesses coletivos dessas regiões, produzindo leis e apoiando políticas públicas que possam melhorar as condições, principalmente, de educação e de desenvolvimento sustentável.
Minha atuação temática, como se vê, será pautada nas questões atinentes à educação e ao desenvolvimento econômico sustentável.
Como professor e entusiasta da educação pretendo valorizar as ações que busquem a promoção desse profissional, todavia, serei, também, rigoroso na exigência do cumprimento de metas perante a sociedade.
É preciso não perder de vista que todos nós servimos à sociedade e devemos prestar contas a ela de nossos atos, demonstrando-lhe o resultado de nosso trabalho.
No que se refere ao desenvolvimento econômico sustentável, ou seja, aquele que é levado a efeito com respeito ao meio ambiente, tenho que é fundamental que a sociedade brasileira seja conscientizada da necessidade de produzir mais e melhores líderes empresariais, empreendedores e profissionais técnicos com capacidade de gerar e manter negócios, de cuja existência, depende a sobrevivência de toda a sociedade, através dos tributos recolhidos ao Estado.
Por ora, é isso.

terça-feira, 6 de abril de 2010

COERÊNCIA DO INÍCIO AO FIM

A campanha eleitoral que se aproxima será mais uma daquelas em que o discurso dos candidatos em geral não guardará sintonia com a realidade dos fatos.

Quem conhece a política sabe que, por debaixo dos panos, das faixas e dos comitês de campanha, trava-se uma verdadeira "guerra suja" que inclui o agora famoso, mas antigo conhecido "caixa 2", a compra de votos e a famigerada boca de urna.

Poucas pessoas têm conhecimento disso, mas, muitos candidatos concentram a maior parte de seus recursos no dia exato da eleição e, nesse dia, esse dinheiro é despejado de uma única vez sobre o eleitorado mais pobre e, portanto, mais suscetível de "vender" a consciência do voto.

A conta é simples, embora pareça absurda para quem não conhece o jogo político. Quem precisa de 1.000 votos, paga por 10.000 votos.

Isso significa que o candidato sabe que o índice de "traição" do eleitor é alto e que muitos recursos serão desperdiçados sem esperança de retorno.

E pensar que há eleitores que se vangloriam de dizer que receberam dinheiro de dois ou três candidatos ao mesmo tempo, no dia da eleição.Tolos, pobres coitados, aqueles que pensam que estão enganando o candidato.

Eles e os demais que votaram no candidato cumprindo o compromisso ilícito, com a ilusão ética que estão sendo justos com quem lhes pagou, estão todos incluídos no rol daqueles que serão os maiores prejudicados pelo candidato, caso ele venha a ser eleito.

Por essa razão, penso que o eleitor deve cobrar do seu candidato a devida coerência, já desde a campanha eleitoral.

Questões como a origem dos recursos empregados e o compromisso público de não realização de boca de urna no dia da eleição devem fazer parte dos discursos e das práticas eleitorais dos candidatos.

O eleitor deve exigir isso do seu candidato, afinal, é incoerente manter postura supostamente ética de quem promete agir em conformidade com a lei,se eleito, enquanto, já na campanha eleitoral, age de forma exatamente igual àqueles que critica e que pretende, pelo voto do eleitor, substituir.

terça-feira, 16 de março de 2010

OS DESAFIOS QUE ME ESPERAM EM 2010

A Tribuna de Minas, jornal local de Juiz de Fora, noticiou na edição do último domingo, dia 14 de março de 2010, a lista do prováveis candidatos regionais às próximas eleições.
Entre surpreso e feliz, vi meu nome aparecer entre outros prováveis candidatos ao pleito de outubro próximo, quase todos eles, atores políticos com larga experiência, sendo que alguns, já possuem projeção nacional.
A sensação que me invade é estranha, pois, ver-me incluído em um rol em que constam nomes de líderes que, ao longo do tempo, não têm correspondido ao comportamento ético que se espera de alguém nessa posição, faz-me ter vergonha dessa vocação que herdei nem sei de quem, pois, minha família nunca se envolveu com a política.
Por outro lado, reconheço naquela lista o nome de pessoas honradas e que vêm ao longo tempo comportando-se com rigor ético e espírito público. Bem, é nessas que me espelho e que me inspiro.
Rejeito e refuto as posições radicais daqueles que consideram que na política todos são iguais.
Não. Assim como na sociedade, na atividade política estão representados todos os segmentos e todos os valores que permeiam nossa cultura.
Se algo nos desagrada na conduta da classe política, devemos trabalhar para aumentar o nível crítico daqueles que detém o poder do voto para que novas lideranças sejam forjadas no seio social.
Não é com o desestímulo que se pratica contra os bons, que iremos combater os maus.
Ao longo da minha vida, sempre ouvi desestímulos à vocação que demonstrei desde criança. E apesar disso, ainda estou aqui, acreditando que é possível mudar a sociedade, o país e o mundo para melhor.
Ninguém me disse que seria fácil, mas todo mundo sabe que é possível, basta ter coragem para lutar pelos ideais. A própria realidade brasileira dos últimos anos ( após a CF/88 ) mostra isso. O país mudou para melhor, apesar dos erros e acertos de cada um dos governos que vêm se sucedendo democraticamente no poder.
A coragem, nesse caso, deve ser traduzida pela atuação política firme.
Enquanto aqueles que se julgam bons e honestos permanecerem no silêncio, os maus hão de imperar aboslutos.
O desafio está lançado e, de fato, não sei no que vai dar.
Haja o que houver, espero manter-me no caminho da integridade, que sempre me esforcei para trilhar e contarei com os meus amigos e com aqueles que me confiarem o voto para nele permanecer.
As melhores ajudas que alguém pode me dar são a crítica e o elogio, pois, a primeira balizará o meu comportamento e o segundo, manterá meu estímulo nos momentos difíceis que estão por vir.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

ANO NOVO, VIDA NOVA!!!!

A frase é antiga e muito utilizada, mas, a cada ano, renovam-se mesmo as esperanças.
É por isso que esse ditado nunca perde a atualidade. Isso se deve, a meu ver, à incrível capacidade do ser humano de se renovar, de continuar a viver, apesar das dificuldades do ano anterior.
Nesse sentido, a marcação do tempo histórico, do tempo medido pelos ponteiros do relógio, só serve mesmo para demarcar o momento da mudança de estado mental.
O que ficou para trás faz parte do passado, das memórias, boas ou más e, apesar de tempo vivido, não deve mais influenciar as decisões do novo tempo que surge.
Em 2010, buscarei, mais do que nunca, realizar alguns objetivos ambiciosos na vida profissional e na vida pessoal, mas, espero, também, e, principalmente, tornar-me um ser humano melhor para a família, para os amigos e para a sociedade.
Ano novo, vida nova!!!!!!!!!!!!
Francisco Belgo